A técnica de plantio direto na palha tem sido usada na agropecuária com o objetivo de viabilizar a sustentabilidade da capacidade produtiva do solo, pela redução de perdas por erosão hídrica e eólica, mantendo a cobertura vegetal (palhada), reduzindo o assoreamento e a eutrofização de represas e cursos d'água, com melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, elevando sua capacidade de infiltração e retenção de água. Isso influencia, também, no seu teor de matéria orgânica, promovendo, portanto, a preservação do meio ambiente.
Além dos benefícios ambientais, o sistema de plantio direto beneficia o produtor, reduzindo o uso de máquinas e o tempo gasto para a implantação da lavoura, pois evita as operações de aração e gradagem, e permite incorporar áreas anteriormente consideradas improprias para a agricultura. Entre elas, as que apresentam solos rasos e sensíveis à erosão, com afloramento de rochas e com declividade que dificulta a mecanização.
Esse sistema de plantio consiste no cultivo sem o revolvimento do solo por aração e gradagem, e na manutenção da superfície do solo de uma camada de resíduos vegetais, a palhada, que pode ser formada por restos de culturas ou de vegetação nativa. O solo é preparado somente na região de semeadura, sendo a semente colocada em sulcos ou covas com largura e profundidade suficientes para a adequada cobertura e contato das sementes com a terra.
O plantio direto na palha, a palhada, além de proteger o solo contra a ação direta da gota de chuva e do vento, dificulta a velocidade do escorrimento superficial da água e facilita a infiltração, por não haver formação de crosta. A infiltração também é favorecida pela porosidade proporcionada pela decomposição do sistema radicular das plantas que foram dessecadas, ou de cultivos anteriores e, também, pela estrutura porosa oriunda da atividade de insetos e minhocas no solo.
No sistema de plantio direto na palha, as operações relacionadas à formação de pastagem são reduzidas em relação ao sistema de plantio convencional. Principalmente, aquelas que requerem uso intensivo de máquinas, como aração e gradagem, que são substituídas no plantio direto pela dessecação para formação da palhada, com a vantagem de manter a umidade do solo por maior tempo e reduzir a emergência de plantas daninhas, favorecendo o desenvolvimento da forrageira. A técnica de formação de pastagem nesse sistema prevê as seguintes operações: limpeza da área, análise do solo, calagem, dessecação da vegetação, adubação e plantio.
Fonte: Centro de Produções Técnicas (CPT)