Após dois anos seguidos em quedas, 2017 iniciou em alta no mercado de leite em Mato Grosso do Sul. O mês de janeiro, com volume de 22,5 mil litros, comparado a dezembro de 2016, apresentou crescimento de aproximadamente 14%. Cenário diferente do segundo semestre de 2015 e contraste ainda maior com o final de 2016. As informações constam no primeiro Boletim de Bovinocultura de Leite do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS que, a partir de agora, será divulgado mensalmente.
O comum é que em dezembro o volume seja maior, já que se trata do pico da safra na produção do leite, porém este ano a realidade atual dos preços está diferente daquela registrada nos períodos anteriores. “Os valores pagos ao produtor estão melhores. Com isso, ele poderá retomar o investimento na atividade e intensificar a produção”, explica a analista de economia do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira.
Preço
Os bons preços do leite em 2017 são os melhores desde o início da série do Conseleite/MS - Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite em MS, em 2012. No mês de fevereiro, o litro foi cotado a R$ 0,94, alta de 2,3% em relação ao primeiro mês do ano quando o valor foi de R$ 0,91. “A projeção de preço em alta deverá permanecer nos próximos meses tendo em vista a proximidade do período de entressafra, marcado por estiagem de chuvas e baixas temperaturas. A estimativa para março aponta alta de 3,9% com valor estimado em R$ 0,97”, afirma.
Milho x Leite
Em fevereiro, para o produtor adquirir uma saca de milho ele precisou de 28,6 litros de leite, um ganho superior a 28%, considerando que em janeiro de 2016 eram necessários aproximadamente 39,9 litros para a mesma quantidade de milho.
O cereal é o principal componente da ração fornecida aos animais. “A cotação do milho dentro de parâmetros mais comuns que o vivenciado em 2016 e os bons preços do leite justificam o ganho nessa relação de troca” comenta.
“Nem sempre podemos utilizar como parâmetro picos de produção, situações atípicas, como por exemplo a cotação do milho, que leva a adoção de alternativas para alimentar o rebanho e que pode interferir no mercado”, comenta.
Fonte: Famasul