Com orçamento menor, equipe mais enxuta e cinco anos de atraso, o Censo Agropecuário começou na última segunda-feira a coletar dados sobre 5,3 milhões de estabelecimentos rurais no país, informou o IBGE. A sondagem irá a campo nos próximos cinco meses, até fevereiro de 2018 e deve ter os primeiros dados divulgados a partir de meados do ano que vem. O investimento será de R$ 785 milhões, sendo R$ 505 milhões previstos no Orçamento deste ano e R$ 280 milhões adicionais em 2018. Ao todo, 19 mil recenseadores participam do trabalho.
O planejamento inicial do IBGE era mais ambicioso e previa R$ 1,6 bilhão de investimentos, com uma equipe de 80 mil profissionais. O projeto não foi aprovado e o instituto precisou refazer os planos. A pesquisa que vai a campo tem menos perguntas, menos recenseadores e, portanto, menos nível de detalhes. O IBGE garante, no entanto, que a qualidade dos dados não foi comprometida.
"Para nós, é fruto de um esforço. Houve um momento que era zero verba. Estamos fazendo uma operação que é um pouco menor do que planejada, mas nem um pouco com menos qualidade ou com menos abrangência. Vai barrer agricultura familiar, agronegócio, o Brasil como um todo" afirmou Roberto Olinto, presidente do IBGE.
Por lei, o Censo Agropecuário está atrasado. A legislação prevê que censos econômicos devem ser feitos de cinco em cinco anos, no máximo. A última pesquisa foi divulgada em 2007. Presente à cerimônia, o ministro Dyogo Oliveira frisou a importância do setor.
"É surpreendente que durante tantos anos tenha se postergado a realização do Censo Agro, que é o setor mais dinâmico. O caricato setor rural, quase que ignorante, aquilo é coisa do século passado. Nosso setor do agronegócio hoje é de altíssima tecnologia, as lavouras são intensivas em tecnologias em todas as suas partes" afirmou.
Fonte: O Globo