Pesquisa aponta as megatendências para a cadeia produtiva de carne bovina para os próximos 20 anos
16.07.2020

Nas últimas quatro décadas, a cadeia produtiva da carne bovina sofreu modernização revolucionária, sustentada por avanços tecnológicos dos sistemas de produção e na organização da cadeia, com claro reflexo na produtividade, na qualidade da carne e, consequentemente, no aumento da competitividade. Tudo isso calcado em ativos estratégicos do País, como clima favorável, terras a preços baixos, mão de obra abundante, tecnologia adaptada às condições do país e outros. Entretanto, na última década, ocorreu uma deterioração crescente desses ativos, decorrente de forte pressão de custos.

Esta nova realidade desafia as organizações a desenvolverem novos processos, métodos, sistemas, produtos e serviços para promoção da eficiência e competitividade da cadeia, preservando o meio ambiente e reduzindo as desigualdades sociais e econômicas. Estes desafios são de grande complexidade e demandarão uma capacidade de adaptação.

Considerando essas transformações e visando a subsidiar as agendas estratégicas públicas e privadas, o Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa Gado de Corte, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizou um estudo sobre os próximos vinte anos da cadeia produtiva da carne bovina no Brasil, considerando os resultados do monitoramento do ambiente externo e apresentando um conjunto de sinais e tendências que impactarão na cadeia, consolidados em dez megatendências, que são vetores de transformação fortemente interligados e que deverão impactar a referida cadeia produtiva no futuro .

Para manter sua posição de liderança no cenário mundial – e mesmo para ampliá-la – alguns desafios serão enfrentados por toda a cadeia de produção de carne.

O mercado consumidor se movimentará em duas direções. A primeira, mais óbvia, será a do crescimento, oriundo de novos mercados, em especial a Ásia. A segunda será a sofisticação, com cortes diferenciados e produtos de origem denominada que abrirão novas oportunidades de geração de valor ao mercado. O maior grau de exigência do consumidor será um gatilho transformador da atividade. A concorrência com outras fontes de proteína também forçará toda a cadeia a produzir melhor. O bem-estar animal será mandatório, da cria ao abate.

A inovação digital, por sua vez, será uma das duas forças disruptivas para o mercado nas próximas duas décadas e servirá de força catalisadora no processo de transformação da cadeia, injetando gestão e inteligência na atividade, aproximando o elo produtor do consumidor e viabilizando a rastreabilidade, certificação e qualidade do produto carne.

A busca por soluções sustentáveis será intensa, transformando a indústria de insumos. Soluções biotecnológicas ocuparão espaço no manejo. A biotecnologia impactará desde o manejo na propriedade até a qualidade do produto final, que chegará à mesa dos consumidores. Junto com o digital, a biotecnologia será a mola propulsora de transformações.

O impacto social será relevante – muitos pecuaristas não conseguirão se adaptar e deixarão a atividade. A escala será um pilar da produção. Haverá importante apagão de mão de obra, levando à necessidade de formar e reter profissionais qualificados na pecuária, um dos maiores desafios para todo o setor, futuramente.

A melhor aposta é de muito desenvolvimento e sucesso para os bons gestores. Se produzirá mais carne em menos área, liberando terras para a agricultura e silvicultura; e se ocupará espaço no cenário internacional, exportando desde genética a produtos altamente especializados e de elevado valor agregado. O País terá uma pecuária altamente tecnificada, profissional, competitiva e uma referência global não só pelo gigantismo, mas também por sua tecnologia e qualidade.

Os estudos prospectivos apresentam incerteza e complexidade, tendências podem ser alteradas e eventos podem surgir e mudar de forma substancial, mas é importante sempre olhar para o futuro com o objetivo de subsidiar decisões no presente.

 

Fonte: Embrapa

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