O Brasil importa cerca de 85% dos fertilizantes que consome. Nos últimos meses, o insumo registrou altas consecutivas. Alguns produtos – como o cloreto de potássio (KCL) – estão custando até 350% a mais que há um ano, segundo a Aprosoja-MT. Este encarecimento, foi o principal motivo para o salto de 43% no valor do custeio da safra 22/23 de soja em Mato Grosso, conforme revelou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
A situação deixa os produtores preocupados com a viabilidade econômica da nova safra e cautelosos com a compra do insumo. Dados do IMEA revelam que os agricultores compraram 76% do adubo que vai ser utilizado na próxima safra. Esse volume é 6 pontos percentuais inferior ao ritmo de compra do ano passado.
O pé no freio vai ao encontro da orientação da Aprosoja-MT, que desde o fim do ano passado tem alertado sobre o aumento dos preços dos fertilizantes, aconselhando os produtores a aguardar por preços melhores antes de adquirir o insumo. “Precisamos que isso sirva de lição para que comecemos a olhar os fertilizantes como um monopólio que faz o que quiser e quando quiser com o produtor mato-grossense. Existe a possibilidade de otimizar e diminuir o custo, de nada adianta fertilizar se não tiver viabilidade de produção”, afirma o presidente da entidade.
Para o presidente do Sindicato Rural de Nova Xavantina-MT, Endrigo Dalcin, o momento é de alerta, especialmente diante da possibilidade de que os valores pagos pela oleaginosa na próxima safra, não mantenham-se nos mesmos patamares do ciclo atual. “Em fertilizantes, que é o pior do cenário, a gente passa de 18 a 20 sacas por hectare (custo). Este ano o produtor pode vender a soja em uma média de R$ 140,00 a R$ 180,00. Tiveram a oportunidade de aproveitar os preços e isso tem sido usado como se o produtor estivesse projetando esses R$ 180,00 para o próximo ano e não é isso”, diz.
Fonte: Canal Rural