Embrapa divulga boletim sobre a visão sistêmica da empresa pecuária
28.06.2022

A visão sistêmica pode ser definida como o conhecimento do conjunto de fatores interligados, inter-relacionados ou interdependentes, que formam um todo complexo e unificado que o constitui. A característica mais importante de determinado sistema é o fato deste reagir, ao receber um estímulo dirigido, a qualquer uma de suas partes. Portanto, para que um conjunto de variáveis possa atuar no sistema, são necessárias conexões que permitam a reação, negativa ou positiva, entre as partes individuais que constituem o todo.

O sistema de produção de gado de corte consiste num conjunto de tecnologias e práticas de manejo, tipo de animal, propósito da criação, raça ou grupamento racial e ecorregião em que a atividade é desenvolvida. Na definição de um sistema de produção devem-se levar em consideração aspectos sociais, econômicos e culturais, pois possuem influência decisiva nas modificações que poderão ser impostas por forças externas e na forma como as mudanças ocorrerão, para que o processo seja eficiente e as transformações alcancem os benefícios esperados. Em paralelo, deve-se definir o mercado e a demanda a ser atendida (quais são e como devem ser atendidos os consumidores).

A produção pecuária tem seu desempenho relacionado diretamente ao conhecimento das técnicas que o produtor rural domina. Entretanto, o gerenciamento da empresa pecuária necessita ser sistêmico, ou seja, precisa envolver todas as áreas que compõem o negócio pecuário. É muito mais do que saber manejar os animais e oferecer comida a eles. O desempenho da atividade pecuária é determinado por um grande conjunto de variáveis, incluindo as decorrentes das políticas públicas, da conjuntura macroeconômica e de especificidades geográficas. A tomada de decisão sobre o que produzir, a elaboração de projetos técnicos para a solicitação de crédito, a escolha da tecnologia a ser adquirida, o processo de compra de insumos e venda de produtos, o acesso aos mercados, entre outros formam um conjunto de fatores que afetam significativamente o desempenho das empresas pecuárias. A questão gerencial está fortemente ligada à rentabilidade e eficiência dos sistemas de produção, sendo, portanto, altamente estratégica. A gestão de uma propriedade rural engloba as funções de planejamento, implementação e controle aplicadas às áreas da produção, comercialização, recursos humanos, fluxos internos e externos e finanças.

Na fase de planejamento, especialmente de nível estratégico, são definidos o mercado prioritário de atuação, os recursos a serem empregados, a infraestrutura necessária entre outros fatores que darão o direcionamento estratégico do negócio pecuário. Em outras instâncias de planejamento são determinados o cronograma físicoeconômico das atividades, as previsões de investimento anual, identificadas as demandas por mão de obra e nível de qualificação exigido, observadas as necessidades de empréstimo, ou ainda, no campo operacional, definida a divisão de tarefas semanais.

A implementação do plano, em seus vários níveis, requer a organização de recursos físicos e financeiros, além da gestão de recursos humanos para a obtenção das metas. Por fim, o controle permite a verificação do alcance de metas, a identificação de falhas e, consequentemente, a correção de rumos. Permite, ainda, a melhoria contínua do processo de planejamento, à medida que possibilita ao produtor rural conhecer melhor a dinâmica de produção e de mercados e, assim, criar expectativas de resultados e preços cada vez mais condizentes com a realidade.

Espera-se que o gerenciamento da propriedade rural aumente sua eficiência técnico-econômica, via utilização racional de recursos naturais, físicos, humanos e financeiros, e contribua para a redução de custos e a melhoria da rentabilidade do sistema de produção. Entretanto, o nível gerencial das fazendas de pecuária de corte no Brasil é, em geral, ainda muito baixo, principalmente se comparado às propriedades que exploram a agricultura, cujo ciclo de produção, normalmente é mais curto, e os empréstimos para financiamento das lavouras impõem maior controle de custos aos produtores. O reflexo disso é a baixa produtividade média da pecuária de corte – 4 a 5 @/hectare/ano.

Diversos estudos apontam para o baixo nível de adoção de ferramentas e práticas gerenciais nas fazendas pecuárias. Assim, registros zootécnicos e financeiros, uso de software gerencial, planejamento formal (incluindo análise de investimento), cálculos de margens econômicas e de indicadores de desempenho financeiro, entre outros, não são a regra em propriedades pecuárias. É frequente encontrar propriedades nas quais os gastos pessoais e da família do produtor se misturam aos da produção, impossibilitando a análise exclusivamente econômica da atividade.

Esse problema poderia ser minimizado com a atuação de técnicos junto ao setor produtivo. Entretanto, a formação desses profissionais se concentra, prioritariamente, nos aspectos produtivos, em detrimento dos econômicos e gerenciais. Logo, muitos agentes de extensão rural e de consultoria privada não dominam o conhecimento de forma suficiente para prestar adequado aconselhamento gerencial aos pecuaristas. Uma grave consequência do problema gerencial é o uso equivocado, ou a não adoção, de tecnologias adequadas ao processo produtivo adotado pelos pecuaristas. A falta de controle de indicadores de desempenho técnico e econômico inviabiliza as análises que permitiriam ao pecuarista tomar decisões mais assertivas e de melhor retorno econômico.

Havendo controle, é possível identificar problemas, fazer análise de alternativas tecnológicas e escolher as opções técnicas mais adequadas às suas necessidades, o que pode gerar forte impacto na redução de custos, e consequentemente, na rentabilidade dos sistemas de produção.

Esse problema poderia ser minimizado com a atuação de técnicos junto ao setor produtivo. Entretanto, a formação desses profissionais se concentra, prioritariamente, nos aspectos produtivos, em detrimento dos econômicos e gerenciais. Logo, muitos agentes de extensão rural e de consultoria privada não dominam o conhecimento de forma suficiente para prestar adequado aconselhamento gerencial aos pecuaristas.

Uma grave consequência do problema gerencial é o uso equivocado, ou a não adoção, de tecnologias adequadas ao processo produtivo adotado pelos pecuaristas. A falta de controle de indicadores de desempenho técnico e econômico inviabiliza as análises que permitiriam ao pecuarista tomar decisões mais assertivas e de melhor retorno econômico.

Havendo controle, é possível identificar problemas, fazer análise de alternativas tecnológicas e escolher as opções técnicas mais adequadas às suas necessidades, o que pode gerar forte impacto na redução de custos, e consequentemente, na rentabilidade dos sistemas de produção.

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